martes, 22 de febrero de 2011

E como se fosse a estética da melancolia, doía.
Poderia ser apenas o estado natural, mas dessa vez doía diferente. Algo rebentando, mais que um grito. Algo que já não desesperava mais. O estático.
Não bem a perda, mas a não-perda, pois está tudo ali tão vivo.
Talvez ela preferisse a perda, meditou enquanto adoçava o café já frio. "Antes a perda do que olhar nos olhos da dor todo o sempre..."
Mas não conseguia. Sabia também que a ausência viria cheia de presença. Não, não era a solução.
Então o quê? O que fazer com essa dor louca???
Se já havia sangrado em palavras e lágrimas, se já havia vazado tudo.
Mais uma xícara de café, agora quente. Suspira e afasta uma folha que lhe incomoda o rosto e a visão dessa semi-paisagem-natural. Consolo.
Recosta na cadeira de vime.
"Não, não preciso mais do que isso..."
E nos olhos o reflexo de uma nuvem clara.

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