martes, 20 de julio de 2010

Eu perdi o meu medo, o meu medo da chuva

E a liberdade de ser? Se sempre houve a culpa...
Desde... desde.
Nos primeiros passos, nas primeiras letras. Escondida sob a cama. Imersa nos meus pensamentos, para baixar o volume dos gritos entoados como cânticos religiosos ao meu redor.
Culpa?
Eu poderia discorrer capítulos infindáveis sobre ela. Inclusive da culpa de escrever em primeira pessoa. Mas aprendi que é inevitável, pois sou plenamente emocional e egoísta.
É mesmo. Já me contaram que todo mundo, sem exceção é egoísta, sabe?
Ah, a culpa!
A auto-flagelação de pensamentos repetitivos cheio de dedos indicadores gritões...
Insônia, clareira da madrugada. Ela vem e te abraça pra te lembrar do quão suja, vil e EGOísta você é.
Este EGO e-nor-me cosido nas rendas da culpa primordial de ser mulher... E o querer culposo.
E teus dedos? Armas de fogo apontadas ao meu peito: meu coração no paredão esperando os teus tiros duros e certeiros.
Tanta culpa de nojo, doente e maltrapilha, de quem não sabe o que é e nem o que quer.
Sei bem, conheço essa e outras modalidades de paranóia.
E decidi que elas não podem mais sentar-se à minha mesa.

lunes, 19 de julio de 2010

Quando nós colocamos nossa vida na mão de alguém, a grande tendência é que este alguém a amasse bem devagarinho, qual papel de bala consumida. Assim, sem perceber.
Sem perceber que a estampa do papelzinho vai desbotando na palma da mão.
Depois, o papelzinho cai no chão, em frangalhos e a mão nem sabe ao certo onde foi que o perdeu.
Isso posso dizer que aprendi bem. Mas aprender algo não significa dominar a arte de.
Deve ser por isso que algumas coisas ainda machucam tanto.

jueves, 15 de julio de 2010

Cristina diz (22:42):
ando querendo fechar um pouco pra balanço
to querendo paz mesmo por um tempo

Salve, simpatia! diz (22:43):
ahh sim sim sim!

Cristina diz (22:43):
é... cansei

Salve, simpatia! diz (22:44):
mas agora q vc ta com o cabelo bunito?

Cristina diz (22:45):
ah, ele é meu e só meu

Salve, simpatia! diz (22:46):
uhAHUAHUAHUAHUahu!

martes, 13 de julio de 2010

Chove em São Paulo, finalmente...
Sempre achei maduros os homens que andam com guarda-chuvas. E da última vez que te vi, você levava um.
Mas agora estou indo embora.
Nestas últimas semanas tanta coisa me voltou à mente. Junto com essa chuva, me vem à cabeça as lágrimas de desespero de uma menininha sentada no chão do seu quarto, perguntando por que você não me ama mais?

Hoje existe uma mulher que escreve. Uma mulher de salto alto, empacotando objetos e pensando no futuro....

domingo, 11 de julio de 2010

Homenagem 1

Tempos de mudança.
Encontrando fotogramas perdidos da minha vida sob o pó.
Estou esvaziando a minha casa e o olhando para trás...
Já tirei fotos do jardim, umas das partes que, quiçás, eu vá sentir mais falta.
Nessa casa, que mais do que qualquer lugar eu chamo lar, foi onde vivi tudo. Da mais profunda dor à mais linda alegria.
É uma lembrança sobre a outra. São amores enterrados sob as sombras das plantas. São risos que as paredes retiveram e lágrimas nas gretas do chão...
São os jogos de cartas regados a vinho do meu nonno. São os crochês da nonna nas tardes claras. São as freguesas de costura da minha mãe. É meu pai chamando os cachorros lá fora. É o Fábio preparando minha festinha de cinco anos. É minha (ex) cunhada arrumando o cabelo e o vestido de noiva. São minhas vizinhas pulando amarelinha comigo no quintal. São meus parentes e amigos e semi-conhecidos que por toda a vida desta casa se hospedaram aqui.
Sou eu te esperando na janela...

Essa casa foi cenário, mas desconfio que ela tem vida própria. Tem vontades, tem saudades dos que aqui já não estão. Foi ela que nos segurou tanto tempo, mas já não pode mais.
Então ela nos permite ir.
E aqui eu deixo tudo.