Tempos de mudança.
Encontrando fotogramas perdidos da minha vida sob o pó.
Estou esvaziando a minha casa e o olhando para trás...
Já tirei fotos do jardim, umas das partes que, quiçás, eu vá sentir mais falta.
Nessa casa, que mais do que qualquer lugar eu chamo lar, foi onde vivi tudo. Da mais profunda dor à mais linda alegria.
É uma lembrança sobre a outra. São amores enterrados sob as sombras das plantas. São risos que as paredes retiveram e lágrimas nas gretas do chão...
São os jogos de cartas regados a vinho do meu nonno. São os crochês da nonna nas tardes claras. São as freguesas de costura da minha mãe. É meu pai chamando os cachorros lá fora. É o Fábio preparando minha festinha de cinco anos. É minha (ex) cunhada arrumando o cabelo e o vestido de noiva. São minhas vizinhas pulando amarelinha comigo no quintal. São meus parentes e amigos e semi-conhecidos que por toda a vida desta casa se hospedaram aqui.
Sou eu te esperando na janela...
Essa casa foi cenário, mas desconfio que ela tem vida própria. Tem vontades, tem saudades dos que aqui já não estão. Foi ela que nos segurou tanto tempo, mas já não pode mais.
Então ela nos permite ir.
E aqui eu deixo tudo.
domingo, 11 de julio de 2010
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